A Conferência de Bruxelas II de apoio à Síria e aos países da região, co-organizada pela União Europeia e pelas Nações Unidas, encerrou a 25 de Abril de 2018.
Os Estados doadores manifestaram a vontade de ajudar o Líbano a continuar a abrigar os refugiados sírios, pelo tempo necessário à elaboração de uma solução política para a Síria [1]. Portanto, instaram os países de abrigo a dar um estatuto legal aos refugiados, inclusive em caso de retorno temporário a casa. O Primeiro-ministro libanês (sunita), Saad Hariri, pareceu concordar com este discurso.
Contudo, após o comunicado final distribuído, as outras autoridades libanesas, isto é, o Presidente da República (cristão) e o Presidente da Assembleia Nacional (xiita), denunciaram vivamente esta Conferência. Segundo eles, pelo contrário, ela visa apenas impedir o retorno dos refugiados ao seu próprio país alegando buscar uma solução política que já foi encontrada em Sochi [2].
O Presidente da República, Michel Aoun, foi mesmo mais longe. Segundo ele, os Ocidentais pretendem privar a Síria dos seus habitantes e forçar o Líbano a naturalizá-los.
Além disso, os Libaneses acreditam que esta Conferência foi contra a sua política de distanciamento que, desde a Declaração de Baabda, proíbe o Estado de intervir na guerra da Síria.
Alguns europeus interrogam-se igualmente sobre a acolhimento de refugiados sírios pela União Europeia. Este «direito de asilo» parece ter sido desviado da sua finalidade: já não visa salvar os civis de um teatro de guerra, mas, na realidade, privar a Síria dos seus habitantes.
[1] « Déclaration des co-présidents de la conférence de Bruxelles sur l’avenir de la Syrie et des pays de la région », Réseau Voltaire, 25 avril 2018.
[2] “Consenso entre Sírios em Sochi”, Thierry Meyssan, Tradução Alva, Rede Voltaire, 6 de Fevereiro de 2018.
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