Recebendo o Príncipe-herdeiro saudita na Casa Branca, a 20 de Março, o Presidente Trump exibiu um quadro mostrando as encomendas de armas sauditas aos Estados Unidos. Ele precisou que essas somas astronómicas estavam à altura dos recursos de Riade.
Segundo a Reuters , o Pentágono prepara uma cimeira, a 12 e 13 de Outubro próximos, para criar a Middle East Strategic Alliance (MESA)-( Aliança Estratégica do Oriente Médio) [1]. Tratar-se-ia de uma aliança de Estados do Golfo em torno da Arábia Saudita, mais a Jordânia e o Egipto.
Esta iniciativa é apresentada como a vontade de Washington subcontratar militarmente uma pressão militar contra o Irão.
No entanto, ela enfrenta vários obstáculos:
– Em primeiro lugar, exclui de facto o Catar (devido ao seu conflito com a Arábia Saudita e os Emirados; conflito alimentado pelos Estados Unidos) e Omã (o mediador da região). Simultaneamente a esta iniciativa, o Pentágono teria que expandir a sua base no Catar.
– Será difícil fazer estes Estados agir como parceiros iguais, já que a Arábia Saudita jamais aceitou considerar os seus pequenos vizinhos como tais.
– Mesmo que todos os Estados solicitados não deixem de participar, desde que Washington providencie treino e material, menos prosseguirão em caso de conflito, como se tem visto no Iémene.
A região mudou muito desde a Guerra Fria e o Pacto de Bagdade. À época, esta organização militar anti-soviética era liderada pelo Reino Unido apoiando-se no Irão (Irã-br).
Mais a sério, a criação desta aliança permitiria aos Estados Unidos prosseguir as suas vendas de armas na região, sem ter que aí desencadear uma nova guerra.
A termo, esta aliança poderia ser utilizada para fazer pressão não apenas sobre o Irão, mas também sobre a Turquia.
[1] “Trump seeks to revive ’Arab NATO’ to confront Iran” («Trump busca relançar a “NATO Árabe” para confrontar o Irão»- ndT), Yara Bayoumy, Jonathan Landay & Warren Strobel, Reuters, July 27, 2018.
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