Durante vários meses, serviços de inteligência dos EUA têm aumentado seus esforços para desestabilizar a Venezuela. Protestos circunscritos a alguns bairros têm sido amplamente retransmitidos pelos meios de comunicação para dar a impressão de que eles apoderar-se-ão de todo o país. No entanto, há crescentes sinais de que a mão de Washington está por trás desses acontecimentos estranhos.
Após a vitória do sucessor de Hugo Chávez, Nicolas Maduro, na eleição presidencial de 2013, a CIA tentou usar uma versão modernizada do cenário chileno para derrubá-lo. Há quarenta anos esse cenário funcionou: em setembro de 1973, o governo de Salvador Allende foi literalmente destruído. Uma ditadura repressiva e fascista controlou o Chile por muitos anos, e apoiantes de Allende tornaram-se suas vítimas. Dezenas de milhares de chilenos passaram por centros de tortura e campos de concentração. Muitos foram obrigados a emigrar, mas até mesmo no exterior eles não se sentiam seguros. A polícia secreta de Pinochet caçou significativas figuras da resistência. usando veneno e explosivos para eliminá-los.
Na Venezuela, o cenário chileno não funcionou. Os conspiradores, seguindo as instruções de seus supervisores da CIA, planejaram provocar o descontentamento em massa. Eles tentaram de tudo: escassez artificial de bens essenciais, sabotagem do transporte público, ataques a agências governamentais, e bloqueios de importantes rodovias, ruas e zonas residenciais. Pairando sobre as cidades – como um sinal alarmante de instabilidade – via-se a fumaça preta da queima de pneus (um eco eloquente de Maidan, em Kiev)... Tudo isso foi sincronizado e bem organizado. Nicolas Maduro e o governo bolivariano se mobilizaram rápido. Mas o Presidente Obama, que sofreu derrota em praticamente todas as frentes na luta pela hegemonia dos Estados Unidos, autorizou o reforço das operações para influenciar o regime Bolivariano...
Na cidade de San Cristobal, Venezuela, o cidadão americano T.М. Leininger foi preso. Ele havia ferido seriamente um venezuelano de quem ele suspeitava trabalhar para as agências de segurança Bolivarianas. Ele tentou se esconder, mas foi detido pela polícia. Quando o apartamento de Leininger foi pesquisado, encontraram um esconderijo secreto de armas de fogo: três espingardas (uma com mira telescópica e silenciador), duas pistolas, um estoque de munição considerável e vários artefatos de camuflagem. O americano foi suspeito de planejar atos terroristas. Uma investigação está em andamento, e os fatos do uso destas armas por grupos de militantes da oposição radical estão sendo examinados.
Sob a direção da CIA, uma campanha de mídia lançada em defesa do agente falhou. Supostamente, ele veio para a Venezuela por razões humanitárias: ele trouxe comida para parentes indigentes. Eles dizem que Leininger é por natureza não inclinado à violência e empreendimentos arriscados, para não falar do uso de armas. Se algo do tipo teve lugar, foi apenas porque Leininger «não está completamente bem e tem mania de perseguição». Essa última teoria, que supostamente veio de sua mãe, destina-se a explicar porque armas foram encontradas na posse do americano.
É revelador que nos últimos tempos as agências de segurança venezuelanas tenham detido pelo menos 60 estrangeiros com armas e, como regra geral, nas regiões do país que estão sendo consideradas pela CIA como áreas promissoras para a criação de ‘zonas quentes’. De acordo com os investigadores, a CIA recruta terroristas de todo o mundo para trabalhar na Venezuela. As agências de segurança venezuelanas têm recebido informações sobre as atividades das estações da CIA na Colômbia, Honduras, México, Panamá e vários outros países transferindo combatentes «controlados» de cartéis de drogas para a Venezuela. É suficiente mencionar que algumas das barricadas no período das revoltas mais intensas da oposição radical eram controladas por narcotraficantes colombianos, que são procurados pela Interpol. Fotografias de criminosos entre os ativistas da oposição venezuelana apareceram na Internet. No entanto, em tais situações, agentes da CIA têm imunidade, apesar da autoridade da Interpol e das normas do direito internacional.
Em praticamente todas as grandes cidades da Venezuela, incluindo a capital, tiros foram ouvidos freqüentemente durante os meses de manifestações contra o governo. A maioria dos que morreram eram cidadãos comuns. Na primeira fase das operações terroristas para derrubar o regime, os mercenários da CIA deliberadamente e consistentemente escolheram vítimas em ambos os lados das barricadas (exatamente como na Praça Maidan, em Kiev). Seu objetivo era exacerbar o confronto entre partidários do governo e da oposição. Na prática da inteligência americana, « estatísticas de abate » são um aspecto importante da guerra de sabotagem contra o país selecionado para desestabilização... Na campanha de propaganda da CIA, prevalece a seguinte tese: a tendência ao aumento de mortes violentas é prova do caos e da incapacidade do governo venezuelano para normalizar a situação e começar a controlar elementos criminosos. Os venezuelanos estão especialmente indignados com as mortes de pessoas das áreas de artes, teatro e cinema e das estrelas das séries de televisão.
Em abril e início de maio, as estatísticas de ataques contra funcionários do partido PSUV e militares e agentes da lei aumentou abruptamente. Armas de fogo foram usadas em praticamente todos os casos. O Ministro venezuelano de Assuntos Internos Miguel Rodriguez Torres afirmou que, na nova etapa de operações de sabotagem, a CIA tem visado «assassinatos seletivos». E alvos são selecionadas cujas mortes violentas terão repercussões políticas máximas: «Sem dúvida, eles estão tentando implementar um plano secreto para desestabilizar o país e derrubar o presidente Nicolas Maduro e o governo. Por essa razão, os inimigos têm recorrido a assassinatos seletivos.»
Entre as vítimas estava o proeminente político Bolivariano Eliezer Otaiza. Nos primeiros anos da administração de Hugo Chávez, ele chefiou o DISIP, o serviço de contra-espionagem (agora SEBIN [– Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional]). Otaiza, que não usou seguranças, foi emboscado por paramilitares em uma estrada deserta, torturado, e depois morto por tiros nas costas. Na opinião de muitos analistas latino-americanos, Otaiza secretamente estava organizando grupos de resistência na Venezuela em caso de agressão armada dos Estados Unidos
Vários oficiais de contra-inteligência militar (DIM [– Administração de Inteligência Militar]) em vários Estados em todo o país têm sido alvos de «tiroteios selectivos». Os agentes da DIM identificam e neutralizam os agentes inimigos em divisões militares e protegem contra sabotagem locais estrategicamente importantes do país. Graças à operação eficiente da DIM, um grupo de generais da força aérea que estava planejando um levante armado contra o governo foi recentemente descoberto. Os generais foram um tempo atrás treinados nos Estados Unidos e, após a vitória da Revolução Bolivariana, mantiveram laços secretos com funcionários do adido militar no escritório na embaixada americana em Caracas. A DIM recebeu sinais, sobre as atividades dos generais conspiradores, de jovens oficiais. Tentativas foram feitas para recrutá-los para atividades contra o governo, inclusive organizando a fuga de um dos pilotos de um avião SU russo.
As contramedidas na aplicação da lei Bolivariana contra terroristas liderados pela CIA e conspiradores estão-se tornando gradualmente mais eficazes. Empregados do SEBIN foram capazes de identificar a estrutura de liderança da conspiração, gravar o conteúdo de conversas entre os conspiradores venezuelanos e seus supervisores da CIA, e verificar os canais para a importação de armas e explosivos para o país e as fontes de financiamento. Em alguns laptops confiscados encontraram listas de Chavists listados para eliminação. O SEBIN limpou acampamentos da oposição em Caracas que, de acordo com os planos da CIA, seriam transformados em Maidans venezuelanos. Durante a operação, grandes quantidades de dinheiro, armas, coquetéis Molotov e drogas foram encontradas nas tendas.
Um grande sucesso do SEBIN foi a operação que desmascarou um funcionário da equipe do Presidente Maduro que foi ligado com a estação da CIA. Ela estava passando informações confidenciais sobre as atividades e movimentos do Presidente e sua comitiva à embaixada dos EUA através de um parente. De acordo com cientistas políticos venezuelanos, a CIA poderia ter usado esses dados para preparar um atentado contra Nicolas Maduro.
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