Milhares protestam contra assinatura de TLC na Guatemala
Capital do país foi palco de violentos protestos contra assinatura de Tratado de Livre-comércio (TLC) com os EUA, que já mantêm acordos similares na região com El Salvador e Honduras. Greve geral chamada por movimentos sociais não ocorreu, mas praça central reuniu milhares de estudantes, sindicalistas, indígenas e agricultores.
Uma greve geral convocada pelos movimentos sociais guatemaltecos contra o acordo do Tratado de Livre-comércio (TLC) com os EUA, assinado no último dia 10 pelo Congresso, acabou não acontecendo nesta segunda (14). Mas a capital, Cidade da Guatemala, ficou paralisada por uma série de protestos, reprimidos violentamente pela polícia. Segundo informações oficiais, os confrontos deixaram mais de 50 feridos e intoxicados por gases lacrimogêneos, e 16 pessoas foram presas.
A Guatemala é o terceiro país centro-americano - após El Salvador e Honduras - a ratificar o TLC. Além do ato contra o acordo, indígenas e agricultores também protestaram contra concessões de mineração em territórios indígenas, milenarmente ocupada pelos maias.
Nesta terça (15), o governo do presidente Oscar Berger e os líderes de organizações sociais que se opõem ao TLC iniciaram uma série de negociações para que se chegue a um acordo e se interrompam os protestos.
A delegação oficial será encabeçada pelo vice-presidente, Eduardo Stein, e pelo ministro do Interior, Carlos Vielman. Já pelos movimentos sociais, informou o cardeal de Guatemala, Rodolfo Quezada, participarão das negociações cinco lideranças dos vários setores que chamaram os protestos.
Apesar das negociações, as duas partes devem continuar mobilizadas, já que o vice-presidente afirmou que o governo manterá a decisão de sancionar o tratado comercial. Os movimentos, que chegaram a pedir a demissão do presidente Oscar Berger nos protestos desta segunda, exigem que o referendo seja definido através de um plebiscito popular oficial.
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