Depois da secreta ida e vinda de Benjamin Netanyahu ao Kremlin, há três semanas, e do disparo de um míssil hipersónico iemenita guiado pela Rússia sobre um oleoduto israelita, os campos de batalha da Ucrânia e do Médio-Oriente confundem-se.
No entanto, agora que Teerão tem a possibilidade de lançar um míssil hipersónico sobre a central nuclear de Dimona, as consequências não deixariam afectar vários Estados da região.
Durante os dez dias em que o Hezbolla sofreu a crueldade da doutrina Dahiye [1], a Rússia moveu as suas peças no tabuleiro do Médio-Oriente com as visitas a Teerão do Chefe da Segurança Nacional, Serguei Shoigu, e do Primeiro-Ministro Mikhail Mishustin.
Israel e os seus aliados da OTAN – e, nomeadamente, os jornais mundialistas The Economist e Financial Times - saudaram a nova ordem no Médio-Oriente como uma plataforma para uma nova ordem mundial que, mais do que o Irão, encosta a Rússia à parede.
Quatro semanas antes da Cimeira dos BRICS, em Kazan — que visa estabelecer uma nova ordem multipolar, policêntrica e desdolarizada — a derrota (a Ucrânia está liquidada, Trump dixit) da organização do Khazar Zelensky [2] (correligionário e duplo de Netanyahu) às mãos da Rússia, acelerou a resposta de Israel no xadrez, aqui mundial, conquistando duas vitórias contundentes contra o Hamas e o Hezbolla, que colocaram contra a parede a presença russa na costa oriental do Mediterrâneo Sírio, assim como dois bastiões do Irão.
A forte identificação da Grande Khazaria, o sonho dourado do messiânico apocalíptico rabino Schneerson, com o Grande Israel que Zelensky e Netanyahu almejam [3] não pode ser negligenciada.
Não se pode, de forma alguma, subestimar a presença da equipa khazariana dos neo-conservadores straussianos que controlam o Departamento de Estado : de Wolfowitz (com a tríade Baby Bush/Dick Cheney/Rumsfeld), e cuja principal operadora é Vicky Nuland, que visa a mudança de regime e a balcanização da Rússia.
O ilustre economista Khazar da Universidade de Columbia, Jeffrey Sachs [4], pôs isso em destaque ; o fracasso desta cabala implantada no Departamento de Estado : de Madeleine Albright a Antony Blinken, em sincronização com Jacob Jeremiah Sullivan, Conselheiro de Segurança Nacional do deficiente Biden.
Hillary Clinton, cujo genro Marc Mezvinsky é também um Khazar, não passa de um instrumento desta cabala omnipotente.
Peço desculpa por tanta tautologia geo-etnográfica, cujo emaranhado revela a geopolítica da nova ordem mundial em jogo, quando o compatriota Khazar Jared Kushner revelou o fundo do seu pensamento em plena euforia triunfalista a 27 de Setembro : « Passei incontáveis horas a estudar o Hezbolla e não há um único perito no mundo que imaginasse que aquilo que Israel fez para o decapitar e o degradar fosse possível. Isto é importante porque o Irão está agora completamente exposto. Se as suas instalações nucleares não foram destruídas, apesar da fraqueza dos seus sistemas de defesa aérea, é porque o Hezbolla é uma arma carregada dirigida contra Israel. O Irão passou 40 anos a dotar-se desta capacidade de dissuasão [5] ».
Na minha entrevista à RT, afirmei que a ucranização do Irão — isto é, a mudança de regime de uma teocracia xiita em favor do projecto da Grande Khazaria e / ou do Grande Israel de Netanyahu — colocaria a OTAN, vencida na Ucrânia, nas fronteiras marítimas da Rússia no Mar Cáspio [6].
Se a OTAN perde o Mar Negro, ela irá recuperar colocando a sua panóplia nuclear numa fronteira hostil à Rússia, à beira do Mar Cáspio.
A Rússia não pode ficar de braços cruzados e muito provavelmente deu luz verde ao Irão, de olhos fechados, para usar os seus surpreendentes mísseis hipersónicos sobre o coração de Israel com uma precisão ofuscante, e capazes de atingir, a todo o instante, o seu reactor nuclear de Dimona, onde Israel esconde mais de 300 bombas nucleares clandestinas (antigo Presidente Carter dixit).
Estará o Irão a restaurar a dissuasão com Israel e a Rússia a impedir a queda de um dos seus principais parceiros do eixo Paquistão/China?
À guisa de represálias, Israel pode espalhar as suas mais de 300 bombas nucleares por todo o Médio Oriente, mas será ele poupado ao lançamento mortífero de um míssil hipersónico persa sobre a sua central nuclear de Dimona?
[1] «Invasión de Israel al Líbano ‼️ Gran Incógnita: ¿Intervendrá Irán para Salvar a Hezbolá?», RADAR GEOPOLÍTICO, Alfredo Jalife, YouTube, 1° de octobre de 2024.
[3] «El comediante Zelensky propone hacer de Ucrania el "Gran Israel" (sic)», Alfredo Jalife-Rahme, La Jornada, Domingo 3 de julio de 2022.
[4] «"Ucrania es el más reciente desastre de los neoconservadores" de EU: Jeffrey Sachs», Alfredo Jalife-Rahme, La Jornada, 6 de julio de 2022.
[5] «Jared Kuchner Post on X», Septembre 29, 2024.
[6] «Rusia impide la Ucranización de Irán por Israel», Alfredo Jalife, RT, 2 de octubre de 2024.
Permaneçam em Contacto
Sigam-nos nas Redes Sociais
Subscribe to weekly newsletter