Três militares uruguaios foram extraditados para o Chile como parte do processo que acompanha o seqüestro e assassinato do ex-agente da ditadura chilena Eugenio Berríos.
Tomás Casella, Eduardo Radaelli e Wellington Sarli foram trasladados rumo a Santiago do Chile para serem entregues, por suas custódias da Interpol, ao juiz que cuida da causa.
Berríos foi trasladado para o Uruguai (1991-1992) de maneira clandestina e com documentos falsos, para evitar que declarasse nos julgamentos e investigações por assassinatos de opositores, que realizava a justiça em seu país. O bioquímico chileno foi o inventor do gás sarin, que a ditadura de Augusto Pinochet utilizava dentro e fora do seu país para assassinar opositores políticos.
Segundo informações da imprensa, no Uruguai, Berríos foi mantido seqüestrado num apartamento do bairro Pocitos. Logo depois, seus seqüestradores entenderam que Berríos havia descoberto qual era o plano dos militares uruguaios e chilenos, pelo qual começava a converter-se num perigo tê-lo em Montevidéu. Por isso, a operação coordenada pelos serviços de inteligência dos dois países, necessitava manter Berríos oculto e sem que pudesse se deslocar.
O prnderam então numa casa pertencente ao militar uruguaio Radaelli, no balneário Parque del Plata, no vizinho departamento de Canelones. Apesar das guardas e cuidados dos seqüestradores, o ex-agente conseguiu escapar e chegou a denunciar ante a delegacia de polícia, onde afirmou que Pinochet queria assassiná-lo.
Seu corpo apareceu com dois tiros na cabeça, no balneário uruguaio El Pinar (1995), pouco tempo depois que Pinochet visitou seu homólogo uruguaio, Juan María Bordaberry.
O juiz chileno Alejandro Madrid já começou o interrogatório dos três militares extraditados. Após serem examinados no Hospital Penitenciário, para determinar que estão em bom estado, Madrid os notificou de seus processos. Tomás Casella ficou recluso na Escola da Guarda, enquanto que Wellington Sarli foi derivado de um recinto militar da comunidade de San Bernardo, e Eduardo Radaelli ficou no Complexo Atômico em Lo Aguirre, ambos os lugares nas imediações de Santiago, tal como havia antecipado o magistrado chileno que dispôs diversos centros de reclusão para evitar que coordenem seus testemunhos.
Se especula que nos interrogatórios se conseguirá esclarecer a relação que existiu entre os serviços de inteligência uruguaios e chilenos, pois houve uma coordenação de inteligência para trasladar Berríos para Montevidéu en 1991, quando devia declarar em Santiago do Chile sobre o assassinato do ex-chanceler Orlando Letelier.
Adital (Brasil)
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