O heróico povo cubano será capaz de vencer todas as dificuldades por grandes que sejam, disse Raúl Castro Ruz, presidente de Cuba, ao fazer seu discurso pelo 56º aniversário do assalto aos quartéis Moncada e Carlos Manuel de Céspedes, na cidade Holguín.
O também Segundo Secretário do Partido Comunista de Cuba fez um apelo a utilizar todas as potencialidades, ainda sem explorar, da agricultura, assim como de todos os ramos da economia, pois os modestos resultados atingidos, apesar das dificuldades, ratificam mais uma vez o otimismo e que “sim se pode!”.
O líder cubano destacou que é um enorme desafio enfrentar as atuais dificuldades em meio ao bloqueio econômico e de muitas outras agressões do governo dos Estados Unidos, concebidas, justamente, para impedir o desenvolvimento da nação.
Perante mais de 200 mil habitantes de Holguín, reunidos na Praça Maior General Calixto García Íñiguez, Raúl asseverou que o povo cubano não tem falhado nunca a um chamado da Pátria.
O presidente sublinhou que, invariavelmente, eles manifestaram sua aquiescência desde os tempos de Calixto García, o general das três guerras, que preferiu se suicidar antes de cair nas mãos do inimigo.
Raúl enfatizou que junto ao Exército Libertador, a população cubana de então, se comportou de forma estóica, e sem abandonar a luta, ao tempo que suportou as inúmeras penúrias provocadas pela guerra e a cruel repressão das autoridades coloniais.
Essa, agregou, é nossa estirpe e continuaremos fiéis a seu legado, com a unidade monolítica de nosso povo, sua mais poderosa arma, nascida no fragor da luta, sob a direção do Chefe da Revolução, Fidel Castro Ruz. Por isso Cuba seguirá adiante por grandes que sejam as dificuldades e os perigos.
Em outro momento de seu discurso o chefe de estado anunciou que nos próximos dias serão celebradas importantes reuniões, que tratarão assuntos complexos e as possíveis saídas para enfrentar a atual crise econômica mundial.
A primeira delas será a do Conselho de Ministros, na terça-feira, dedicada a analisar o segundo ajuste das despesas previstas no orçamento deste ano, por causa dos efeitos da crise econômica mundial na economia cubana, em particular a redução significativa dos rendimentos provenientes das exportações e as restrições adicionais para aceder a fontes de financiamento externo.
Explicou que a seguir, em 29 de julho, se celebrará o sétimo pleno do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, que durante um dia inteiro discutirá assuntos vitais relacionados à situação nacional e internacional.
Finalmente, para o 1º de agosto está convocada a sessão ordinária da Assembléia Nacional do Poder Popular, ocasião em que, entre outras questões, será submetido a debate o projeto de lei da Auditora Geral da República, órgão que contribuirá a elevar a exigência no cumprimento da legislação vigente em termos financeiros e o controle de todas as estruturas de direção do país.
O presidente cubano explicou também que neste ano a seleção da sede do ato central pelo 26 de Julho não se ajustou estritamente aos indicadores estabelecidos.
Seria ilógico partir só do grau de cumprimento desses índices, quando desde setembro, depois da passagem devastadora dos furacões, resultou evidente que em grande parte do país, simplesmente, era impossível atingir esses parâmetros.
Raúl manifestou que esses destroços, sem estar todos contabilizados, alcançam um valor aproximado de 10 bilhões de dólares, equivalente ao 20% do Produto Interno Bruto.
Por tais motivos, o Bureau Político determinou que Holguín fosse a sede do ato central pelo Dia da Rebeldia Nacional e outorgar a condição de destacada a Villa Clara, Granma e Cidade de Havana.
Raúl explicou que eles tiveram em conta o conseguido nos primeiros meses do ano em circunstâncias mais ou menos normais e sobre os esforços das províncias para enfrentarem os fenômenos meteorológicos e a recuperação.
Disse que a nível nacional se encontravam danificadas, no final de 2008, mais de 600 mil moradias, se se têm em conta as afetadas pelos três ciclones, as pendentes de solução de anos anteriores, sobretudo, aquelas cuja restauração fora adiada desde os primeiros anos da década, por similares motivos, ou seja, o açoite de furacões e meteoros.
Raúl expressou que se fez um esforço digno de reconhecimento por entidades, coletivos trabalhistas e os próprios vizinhos nesta frente e precisou que até o dia 20 de julho foi solucionado o 43% das afetações em moradas, ou seja mais 260 mil imóveis.
No entanto, acrescentou, resta muitíssimo trabalho por fazer e também é necessário evitar se acumularem no futuro essas enormes cifras, tendo em conta as mudanças climáticas e os furacões que puderem afetar a nação, que podem ser de maior intensidade e freqüência.
Explicou que para enfrentar os problemas climatológicos, como intensas secas, avança o programa de investimentos dirigido a fornecer água às populações.
Raúl anunciou que em agosto ficará formalmente inaugurada a primeira etapa do trasvase de água Este - Oeste, que compreende os reservatórios de Nipe, em Mayarí, e Gibara, que fica perto da cidade de Holguín.
Ao respeito destacou a importância estratégica de similares investimentos em marcha, já que permitirão enfrentar intensas secas, ao fornecer o líquido vital de uma província a outra. Raúl explicou que o programa abarca desde o centro do país, em Sancti Spirítus, até Guantánamo.
Em referência aos primeiros resultados que se reportam, assinalou que só na cidade de Holguín foram consertados 114 quilômetros de redes de aqueduto e esgoto, que têm beneficiado umas 86 mil pessoas.
O presidente chamou a continuar o avanço na entrega e exploração das terras em usufruto, em fazê-las produzir, em trabalhar com mais organização em tão estratégico assunto de segurança nacional.
Informou que mais de 110 mil solicitações de terra se fizeram, das quais foram aprovadas 82 mil, que abarcam 690 mil hectares, em tanto cerca da metade das entregadas estão livres de marabu [arbusto espinhoso e invasivo] e de outras plantas indesejáveis.
Dessa cifra quase 225 mil hectares estão semeados, isto é, a terceira parte, apontou.
A terra está aí, disse, e reiterou seu chamado a cultivá-la, e onde não possam se produzir alimentos, semear bosques.
Não podemos seguir tranqüilos enquanto exista um pedaço de terra sem emprego útil e alguém esperando por respostas, manifestou o presidente cubano, que também pediu educar mais crianças e jovens no amor às árvores, às florestas, tarefa em que também podem contribuir os idosos.
Raúl qualificou de estimulante o incremento da produção de leite nos últimos dois anos em mais de 100 milhões de litros, depois de produzir em 2006 uns 272 milhões desse alimento, e no passado ano 403 milhões de litros.
Depois de expressar sua confiança que continuará a linha ascendente da produção de leite, recordou a importância estratégica de continuar a avançar nesta frente para substituir importações e reduzir as despesas moedas conversíveis do país.
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