O Brasil destacou o papel do Irão no Médio Oriente reiterando que Teerão tem de ser parte da solução de qualquer conflito no Médio Oriente.

O Presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva disse numa entrevista ao jornal Haaretz que “novas ideias” são requeridas por parte de todos os jogadores chave do Médio Oriente para que haja uma resolução dos problemas nessa região sensível inclusive do conflito Israelo-Palestiniano.

“Chegou o tempo de trazer para a arena os jogadores que poderão avançar com novas ideias. Esses jogadores deverão ter acesso a todos os níveis do conflito: Israel, Palestina, Irão, Síria, Jordânia e muitos outros países que estão associados a este conflito”

Ele ainda disse que “Afinal, o Médio Oriente não é bilateral e não pertence apenas a Israel e Palestina. Existem outros interesses no Médio Oriente, interesses que devem ser representados para que se possa encontrar uma solução. Irão faz parte de tudo isso, e assim alguém tem que falar com eles”.

As afirmações de Lula vêm numa altura em que Israel está a ser pressionado para parar com as suas actividades de colonização que são consideradas o obstáculo chave para as negociações de paz entre Israel e Palestina.

A Secretária de Estado Norte-Americana Hillary Clinton criticou Israel na passada sexta-feira dizendo que os planos para construção de casas em Al-Quds a Este de Jerusalém minaram a confiança no chamado processo de paz.

As actividades de colonização de Israel são uma violação directa da Lei Internacional.

Sobre o programa nuclear iraniano, o Presidente brasileiro, que tem agendado uma viagem ao Irão em Maio, disse que não favorizava próximas sanções contra Teerão.

“Antes que qualquer sanções sejam impostas, devemos fazer todos os esforços para restabelecer paz no Médio Oriente”.

O Brasil advertiu repetidas vezes que novas sanções contra o Irão seriam contraproducentes afirmando que a diplomacia ainda pode ser usada para com este problema.

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Artigo relacionado: « Brazil as a Key Player », por Raúl Zibechi, Voltaire Network, 6 Março 2010.

Tradução
David Lopes