Discursando no Congresso regional do AKP em Ümraniye, a 31 de Março de 2018, o Presidente Recep Tayyip Erdoğan ameaçou destituir o Primeiro-ministro kosovar.

Os Serviços Secretos turcos (Millistihbarat Teşkilatı - MIT) sequestraram no Kosovo e repatriaram para a Turquia cinco professores e um médico acusados de serem membros do Hizmet, de Fethullah Gülen. A operação desenrolou-se com o apoio do Chefe dos Serviços Secretos kosovares (Agjencia Kosovare e Inteligjencës - AKI), Driton Gashi, e do Ministro do Interior Kosovar, Flamur Sefaj, mas sem envolver o Primeiro Ministro, Ramush Haradina, nem o Presidente, Hashim Thaçi.

O Primeiro-ministro foi forçado a explicar-se perante o Parlamento kosovar que o acusou de manchar a reputação de hospitalidade do país.

Após uma reunião com o Presidente Thaçi, ele anunciou a demissão dos seus dois colaboradores.

«Eh, Primeiro-ministro do Kosovo, quem lhe disse para fazer isso ?», arengou o Presidente Erdoğan. «Desde quando começou a proteger aqueles que trabalham para lançar um golpe contra a República Turca? Não sabe que nós fomos o segundo país do mundo a reconhecer o Kosovo, apenas uma hora depois ---a América foi a primeira. Como pode apaparicar estas pessoas que tentaram um golpe contra a Turquia, a qual abraçou o Kosovo como irmão?» prosseguiu ele antes de prever a sua queda.

Intervindo directamente junto do seu amigo, Hashim Thaçi, o Chefe dos Serviços Secretos turco, Hakan Fidan, conseguiu apaziguar a situação. A decisão de demitir os dois homens foi anulada. O Ministro do Interior deverá, no entanto, demitir-se, mas o Chefe dos Serviços Secretos do Kosovo permanecerá no cargo.

Durante a agressão da OTAN contra a Jugoslávia (actual Sérvia), Hashim Thaçi dirigiu os mercenários da Aliança, a Frente de Libertação do Kosovo (UÇK), treinada pelas Forças Especiais Alemãs (KSK) na Turquia, enquanto Hakan Fidan fazia de oficial de ligação do Exército turco junto ao Estado-Maior da OTAN.

Tradução
Alva