O departamento de Estado dos Estados Unidos admitiu que tinham conhecimento do fracassado golpe de 11 de abril contra o presidente Hugo Chávez. O porta-voz Adam Ereli afirmou que o serviço de inteligência estadunidense havia precavido o presidente semanas antes do intento.
"Alertamos ao presidente Chávez sobre a tentativa de golpe e advertimos das ameaças de assassinato que pareciam ser reais", afirma Ereli.
As declarações do porta-voz do Departamento de Estado são uma resposta à revelação de novos documentos da Agência Central de Inteligência (CIA) solicitados pela advogada estadunidense Eva Golinger. Nesta semana, o ministro espanhol de Relações Exteriores, Miguel Angel Moratinos, acusou o então primeiro-ministro, José Maria Aznar, de também apoiar o derrocamento do presidente veenzuelano.
Para o embaixador da Venezuela em Washington, Bernardo Álvarez, as declarações de Ereli contradizem a posição oficial dos Estados Unidos depois do fracassado golpe.
"Não tenho conhecimento deste suposto alerta ao presidente Chávez. O mais contraditório é que se detinham essa informação, responsabilizavam o presidente pelos fatos violentos ocorridos neste dia", disse Alvarez.
Documentos
Um dos documentos revelados, com a data de 6 de abril de 2002, diz que "facções militares dissidentes , incluindo alguns altos oficiais e um grupo de jovens oficiais radicais estão aumentando esforços para organizar um golpe contra o presidente Chávez, possivelmente neste mesmo mês".
Na marcha opositora que culminou no golpe de Estado, dezenas de pessoas foram assassinadas, por supostos franco-atiradores. As mortes foram utilizadas como uma das desculpas para a toma do palácio e o sequestro por 48 horas do presidente Chávez.
À época, os EUA afirmavam que as informações que detinham era essencialmente pelos meios de comunicação, os quais diziam que Chávez havia renunciado.
Um dia após o golpe, o embaixador estadunidense na Venezuela, Charles Shapiro, disse em comunicado oficial: "Aplaudimos o anúncio do governo interino de que serão investigadas a violência de ontem: “Aplaudimos el anuncio del gobierno interino de que se investigará la violencia de ayer. Elogiamos a intenção anunciada pelo governo transitório de fortalecer as instituições e os processos denmocráticos dentro de um marco de respeito aos direitos humanos e ao Estado de direito", diz o comunicado. (com informações de Venpres).
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