Um dos argumentos mais utilizados pelos críticos do Fórum Social Mundial, de que há uma carência de ações concretas, gerou nesta quinta edição do evento a criação do Mural de Propostas. O objetivo é reunir todas as sugestões apresentadas durante os cinco dias de discussões em Porto Alegre e registrá-las no Projeto Memória Viva do FSM/2005.
"A idéia é que, uma vez definidas, essas sugestões possam ser consultadas por todos para que, ao longo do processo, sejam transformadas em ações efetivas", explica um dos coordenadores do projeto, o francês Nicolas Haeringer, 24 anos.
Todos os participantes que representavam alguma entidade previamente cadastrada no Fórum puderam registrar suas propostas. Haeringer explica que, como é um documento específico desta edição, não foram aceitas sugestões feitas por organizações que não tiveram representantes no evento. "Tampouco foram aceitas idéias formuladas antes ou depois do Fórum, mas somente aquela realizada durante as atividades desenvolvidas em Porto Alegre", assegura.
Os coordenadores do projeto ressaltam que a intenção do Mural é representar toda a diversidade de idéias resultante dos debates, convergentes e divergentes. "Essa diversidade de propostas fazem parte de um processo que deverá ser implementado ao longo do caminho", conta Haeringer. "São avanços que servirão de base para que, a cada novo FSM, seja possível ir adiante", completa.
A expectativa é de que aproximadamente 200 propostas sejam apresentadas até o final do evento, neste dia 31. Algumas delas já estão catalogadas, como por exemplo, a Carta de Direito à Cidade, cujo objetivo é o reconhecimento do direito à cidade como um direito coletivo, sugerida pelo Fórum Nacional de Reforma Urbana (FNRU). Ou também a proposta, apresentada pela Associação de Vietnamitas Vítimas da Dioxina e pelo Comitê pela Paz no Vietnã, de uma campanha internacional pela justiça aos vietnamitas vitimados pela substância tóxica, durante a guerra patrocinada pelos Estados Unidos naquele país, nos anos 60.
"Os relatórios de atividades estarão acessíveis no website da memória do Fórum, para que a sociedade organizada possa começar a implementar as ações", informa Haeringer.
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