Hillary Clinton e a sua chefe de gabinete Huma Abedin.

O relançamento da investigação do FBI sobre os e-mails privados de Hillary Clinton não visa mais as questões de segurança, mas, sim trafulhices que poderiam ir até à alta traição.

Tecnicamente, em vez de utilizar um servidor seguro do Estado Federal, a Secretária de Estado fez instalar no seu domicílio um servidor privado, de maneira a poder usar a Internet sem deixar vestígios numa máquina do Estado Federal. O técnico privado da Sra. Clinton limpara o seu servidor antes da chegada do FBI, de modo que não foi possível saber por que é que ela tinha posto em acção este dispositivo.

Inicialmente, o FBI observou que o servidor privado não possuía a segurança do servidor do Departamento de Estado. A senhora Clinton, apenas tinha, pois, cometido uma falha de segurança. Numa segunda etapa, o FBI apreendeu o computador do antigo membro do Congresso, Anthony Weiner. Este é o ex-marido de Huma Abedin, chefe de gabinete de Hillary. Nele foram encontrados e-mails provenientes da Secretária de Estado.

Anthony Weiner é um político judeu, chegado aos Clintons, que ambicionava tornar-se presidente da câmara(perfeito-br) de Nova Iorque. Ele fora forçado a demitir-se após um escândalo muito puritano: enviara mensagens de texto(SMS) eróticas a uma jovem mulher que não era a sua esposa. Huma Abedin separou-se oficialmente dele durante esta tormenta, mas na realidade não o deixou.

Huma Abedin é uma norte-americana que foi criada na Arábia Saudita. O seu pai dirige uma revista académica —da qual ela foi durante anos a secretária de redacção— que reproduzia regularmente as opiniões dos Irmãos Muçulmanos. A sua mãe preside a Associação Saudita das mulheres membros da Confraria e trabalhava com a esposa do presidente egípcio Mohamed Morsi. O seu irmão Hassan trabalha por conta do Xeque Yusuf al-Qaradawi, o pregador dos Irmãos e conselheiro espiritual da Al-Jazeera.

Por ocasião de uma visita oficial à Arábia Saudita, a Secretária de Estado visita o colégio Dar al-Hekma em companhia de Saleha Abedin (mãe da sua chefe de gabinete), presidente da Associação das Irmãs membros da Confraria.

Huma Abedin é hoje uma personagem central da campanha de Clinton, ao lado do director de campanha, John Podesta, antigo secretário-geral da Casa Branca na presidência de Bill Clinton. Podesta é, além disso, o lobista contratado pelo Reino da Arábia Saudita no Congresso pela módica quantia de US $ 200.000 mensais. A 12 de Junho de 2016, Petra, a agência de notícias oficial da Jordânia, publicou uma entrevista com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed Ben Salmane, pretendendo a modernidade da sua família pela mesma ter financiado, ilegalmente, por uns 20% a campanha presidencial de Hillary Clinton, apesar de se tratar de uma mulher. No dia a seguir a esta publicação, a Agência anulava este despacho e assegurava que o seu sítio internet havia sido pirateado.

Segundo a agência oficial jordana Petra, a 12 de Junho de 2016, a família real saudita financiou ilegalmente 20 % da campanha presidencial de Hillary Clinton.

A Srª Abedin não é o único membro da administração Obama ligada à Irmandade. O meio-irmão do Presidente, Abon’go Malik Obama, presidente da Fundação Barack H. Obama é também o tesoureiro da Obra missionária dos Irmãos no Sudão. Ele está colocado directamente sob as ordens do Presidente sudanês, Omar al-Bashir. Um Irmão Muçulmano é membro do Conselho Nacional de Segurança —a mais alta instância executiva nos Estados Unidos— . Foi o caso de Mehdi K. Alhassani de 2009 a 2012. Ignora-se quem lhe sucedeu, mas a Casa Branca também negava que um Irmão fosse membro do Conselho até esta prova ter surgido. Rashad Hussain, é também um Irmão que é o embaixador dos E.U. junto à Conferência Islâmica. Outros Irmãos identificados ocupam funções menos importantes. Deve-se citar, no entanto, Louay M. Safi, actual membro da Coligação Nacional Síria e antigo conselheiro do Pentágono.

O Presidente Obama e o seu meio-irmão Abon’go Malik Obama no Gabinete Oval. Abon’go Malik é o tesoureiro da Obra missionária dos Irmãos Muçulmanos no Sudão.

Em Abril de 2009, dois meses antes de seu discurso no Cairo, o Presidente Obama tinha secretamente recebido uma delegação da Irmandade na Sala Oval. Ele já tinha convidado, aquando da sua tomada de posse, Ingrid Mattson, a presidente da Associação das Irmãs e Irmãos Muçulmanos nos Estados Unidos.

Por seu lado, a Fundação Clinton empregou como líder do seu projecto «Clima» Gehad el-Haddad, um dos dirigentes mundiais da Irmandade, o qual tinha sido até aí responsável de um programa de emissão de televisão corânica. O seu pai tinha sido um dos co-fundadores da Irmandade, em 1951, aquando da sua recriação pela CIA e pelo MI6. Gehad deixou a Fundação em 2012, data em que se tornou, no Cairo, o porta-voz do candidato Mohammed Morsi, depois oficialmente o dos Irmãos Muçulmanos a nível mundial.

Sabendo que a totalidade dos líderes jiadistas do mundo têm origem quer na Irmandade quer na Ordem Sufi dos Naqshbandis –- as duas componentes da Liga Islâmica Mundial, a organização saudita anti-nacionalista árabe--- seria interessante saber mais sobre as relações da Sra. Clinton com a Arábia Saudita e os Irmãos.

Acontece que na equipa do seu adversário Donald Trump, conta-se o General Michael T. Flynn, o qual tentou opôr-se à criação do Califado pela Casa Branca e se demitiu da direção da Defense Intelligence Agency (Agência de Inteligência da Defesa-ndT) para marcar o seu protesto. Ele é acompanhado por Frank Gaffney, um «cold warrior» histórico (da guerra fria-ndT), agora qualificado como «conspiracionista» por ter denunciado a presença dos Irmãos no seio do Governo Federal.

Escusado será dizer que, do ponto de vista do FBI, todo o apoio às organizações jiadistas é um crime, independentemente da política da CIA. Em 1991, os polícias do FBI —e o Senador John Kerry— provocaram a falência do banco paquistanês (registado nas Ilhas Caimão) BCCI, que a CIA utilizava em todo o tipo de operações secretas com os Irmãos Muçulmanos, tal como com os cartéis latinoamericanos de drogas.

Tradução
Alva