Rede Voltaire — Um cessar-fogo foi concluído na Síria, anunciou o Presidente russo Vladimir Putin, em presença dos seus ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa. A Rússia e a Turquia assumiram-se como garantes. A República islâmica do Irão que participou na elaboração do acordo coloca-se discretamente na reserva.
Três documentos foram assinados pela República Árabe Síria e sete grupos rebeldes, entre os quais Ahrar al-Cham.
– O primeiro prevê um cessar-fogo (excluindo a al-Qaida e o Daesh) no conjunto do território a partir da meia-noite, de quinta-feira 29 de Dezembro de 2016, hora local.
– O segundo precisa as medidas visando o cumprimento da trégua e a implementação das forças russas.
– O terceiro define as condições para as negociações de paz, que serão realizadas em Astana (Cazaquistão). O Irão e Egipto serão associados a estas negociações e os Estados Unidos poderão juntar-se, uma vez o Presidente eleito, Donald Trump, investido (ou seja, após 20 de Janeiro de 2017).
Ao apadrinhar este acordo com a República islâmica do Irão, a Turquia —membro da OTAN— renunciou à sua ambição de se tornar o líder do mundo sunita e afastou-se dos Estados Unidos.
A Coligação nacional de forças da Oposição e da revolução anunciou que apoiava este acordo.
No início do mês, o Catar retirou-se da guerra contra a Síria. Ele entrou no capital da Rosneft, a maior empresa do mundo, e associou a sua política energética à da Rússia.
Este acordo estava em discussão desde há um mês. As partes que se lhe opõem tentaram fazê-lo falhar assassinando o Embaixador da Rússia em Ancara, depois bombardeando, a 28 e 29 de Dezembro, a Embaixada da Rússia em Damasco.
Os Estados Unidos, a França e o Reino Unido não participam neste cessar-fogo. Washington foi acusada pelo Presidente Erdoğan de continuar a apoiar a Al-Qaida e o Daesh(EI), o que a Embaixada dos EUA em Ancara desmentiu. No entanto, o Presidente cessante Barack Obama assinou, a 23 de Dezembro, a lei orçamental da Defesa autorizando a entrega de armas à «oposição» (sic) na Síria.
A Arábia Saudita, que não comentou o acordo, anunciou vir em ajuda dos refugiados sírios. O Reino deverá distribuir a ajuda humanitária exclusivamente a partir das mesquitas que instalou nos campos de refugiados.
O Presidente Putin deu ordens ao seu Ministro da Defesa para reduzir a presença militar russa na Síria. No entanto, a Rússia continuará a sua ação contra o terrorismo (al-Qaida e Daesh).
A guerra contra a Síria custou a vida a pelo menos 300. 000 Sírios. Ela foi planificada pelos Estados Unidos e seus parceiros da Otan, e financiada pelas monarquias do Golfo.
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