O Knesset (Parlamento israelita) votou a sua dissolução, a 29 de Maio de 2017, cinco semanas após a sua eleição. Novas eleições parlamentares foram convocadas para 17 de Setembro.

Foi a questão religiosa que fez explodir o Knesset: o "Yisrael Beiteinu" exigia que os alunos dos institutos de teologia sejam submetidos ao regime geral da Lei. Os ultra-ortodoxos rejeitaram o seu projecto de lei definindo as condições de um período transitório para sujeitar os estudantes da Torá ao serviço militar.

Tendo em conta este conflito, o Primeiro-ministro interino, Benjamin Netanyahu, não foi capaz de constituir um novo governo no tempo previsto. Temendo que o Presidente de Israel confiasse essa missão ao seu concorrente, Benny Gantz, —o que teria talvez marcado o fim da sua carreira política— ele preferiu dissolver o Parlamento.

Seria errado subestimar o motivo dessa crise. Desde 2003, um grupúsculo transversal, incluindo tanto Benjamin Netanyahu (Likud) como Uzi Landau (Yisrael Beiteinu), tentou impor uma visão teológica da política. A sua doutrina situa-se na linha de Vladimir Jabotinsky, mas difere claramente dela.

O actual líder do "Yisrael Beiteinu", Avigdor Lieberman, que presidiu o banquete do Congresso fundador do movimento, em 2003, virou-se contra ele. Agora, ele opõe-se a essa confusão de gêneros.

Tradução
Alva