A equipa de Jean-Baptiste Rivoire (Off Investigation) acaba de pôr em linha (“online”) um documentário sobre a maneira como Emmanuel Macron escondeu os seus rendimentos no banco Rothschild, do qual foi sócio-gerente de 2010 a 2012 [1].
Segundo esta investigação, os sócios-gerentes da Rothschild têm o privilégio de ser remunerados num quinto em França e em quatro quintos através de trusts domiciliados nas Ilhas inglesas do Canal. Estes rendimentos escapam legalmente ao fisco francês.
No entanto, quando foi eleito Presidente da República, Emmanuel Macron tinha a obrigação de declarar todo o seu património a fim de que se pudesse identificar eventuais conflitos de interesse. Mas ele não declarou a sua fortuna no exterior.
Os jornalistas ignoram o montante dessa fortuna, mas ela deverá ser considerável visto o seu papel na aquisição dos negócios de leite infantil da Pfizer pela Nestlé. Em 2014, depois de ter deixado o Eliseu, onde foi Secretário-Geral adjunto do Presidente Hollande, Emmanuel Macron tentou se estabelecer em Londres. Poderia assim ter desfrutado da sua fortuna escondida sem ter de a repatriar para França.
Face às incoerências nas declarações de Emmanuel Macron, a associação Anticor accionou a Alta Autoridade para a transparência da vida pública. Esta, não dispondo de quase nenhum meio de investigação, nada pode concluir. A Anticor recorrera então à Justiça. Mas o Ministério Público de Paris considerou que não havia razão para investigar... visto que a Alta Autoridade nada havia detectado de anormal.
[1] « Patrimoine de Macron », Off Investigation, 5 mars 2022.
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