A cúpula do governo venezuelano tem 40 dias para apresentar um novo plano para implementar a "revolução dentro da revolução". Esse foi o resultado de uma reunião a portas fechadas entre o presidente Hugo Chávez e a alta cúpula do governo que durante 48 horas quase ininterruptas traçaram o "novo mapa político do país".
Na primeira reunião após as eleições regionais em que foi ampliado poder político do governo com o controle da maioria das prefeituras e 20 dos 22 estados em disputa, Chávez foi contudente e pediu mais eficiência de sua equipe para atacar o burocratismo, a corrupção e a pobreza.
O vice-presidente José Vicente Rangel disse que a estratégia é definir "as metas de um novo mapa político para o país que compreende também o territorial, o econômico, o social e cultural", afirmou o vice-presidente após o encontro. Segundo Rangel o modelo de autogestão será a alternativa implementada pelo governo para combater o modelo capitalista de produção.
De acordo com fontes ligadas ao governo, o presidente exigiu que sua equipe trabalhe para realizar a reforma agrária no país, o que Chávez considera sua "dívida histórica com o povo venezuelano". Em cinco anos, o governo assentou cerca de 130 mil famílias em mais de 2 milhões de hectares. Os números do Instituto Naciona de Terras (Inti) indicam que cerca de 6 milhões de terras públicas poderiam ser destinadas para fins de reforma agrária.
As indicações do comando político do governo às candidaturas das eleições regionais foi um dos temas polêmicos do encontro. Considerado um dos erros políticos de Chávez logo após o refrendo, o presidente fez a auto-crítica, avaliou como um "grande erro" a imposição das candidaturas e afirmou que a partir das próximas eleições todos os candidatos serão submetidos a eleições primárias.
Segundo a Alia2 apurou, Chávez que ganhou o referendo de 15 de agosto com 59% dos votos, disse que a regra se aplicará a ele também e que se submeterá a primárias nas eleições presidenciais de 2006, da qual será candidato à reeleição.
O próximo pleito será em março do próximo ano, quando será definida as cadeiras na Assembleía Nacional, hoje de maioria governista. (com informações de Venpres).
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