Evento venezuelano do Fórum Social Mundial 2006 (que ocorre simultaneo na América, na Ásia e na África) deverá incluir a 2ª edição do Fórum Social Américas e poderá receber também o Fórum Social Pan-amazônico. Demais sedes do FSM 2006 serão definidas em junho.
Após a definição, em janeiro deste ano, de que o Fórum Social Mundial (FSM) em 2006 será realizado em formato policêntrico - simultaneamente em três ou quatro países nos diversos continentes -, apenas a organização do evento no continente americano, que acontecerá em Caracas, Venezuela, já deslanchou de fato.
Reunidas em Havana, Cuba, nos dias 25 e 26 de abril, as organizações que compõem o Conselho Hemisférico do encontro definiram não apenas seu local e data - 25 a 29 de janeiro na Universidade Central da Venezuela e área dos museus de Caracas - e a Secretaria Operativa, responsável pela viabilização orçamentária, da estrutura e da metodologia do evento, como também encaminharam a proposta de unificar a segunda edição do Fórum Social Américas (FSA) ao FSM.
Segundo Gustavo Codas, membro da Secretaria Executiva dos FSM pela CUT, ainda será melhor discutida a forma como esta unificação acontecerá na prática, mas há a previsão de que, além das atividades inscritas no marco do FSM, aconteçam também atividades especificamente relacionadas ao debate iniciado no FSA.
Outro evento que poderá ser unificado ao FSM Venezuela é a quinta edição do Fórum Pan-amazônico, inicialmente previsto para ocorrer em julho na cidade de Santarém, Pará. “Os organizadores do evento, que participam do Conselho Hemisférico, aventaram esta possibilidade por avaliarem ser muito penoso e caro organizar dois fóruns no mesmo ano. Mas esta questão ainda será debatida internamente no Conselho Internacional do Pan-amazônico”, explica Codas.
Esta unificação, aliada ao estágio mais avançado do processo organizativo do evento de Caracas, deverá transformá-lo no epicentro do FSM 2006, acredita o advogado Ricardo Gebrim, coordenador da Campanha Continental conta a Alca. “Entre as demais sedes aventadas, estariam Mali, na África, e Paquistão, na Ásia. Ambos problemas de ordem política e estrutural, o que certamente levará o FSM a se centralizar na Venezuela”, diz Gebrim.
Influência chavista
Uma das críticas ao evento na Venezuela, que já ecoaram no FSM de Porto Alegre em janeiro deste ano, é que um Fórum no país de Hugo Chávez, a grande estrela política do último FSM, em Porto Alegre, teria grandes possibilidades de ser “dominado” pela pauta governo do país.
Sobre a questão, os membros do Conselho Hemisférico não negam o apoio governamental (que também ocorreu no Brasil nas últimas edições do FSM), mas garantem que o comitê organizador local, composto por organizações como a Coordinadora Agrária Nacional Ezequiel Samora (Canes), entidade de agricultores ligada a Via Campesina, a Força Bolivariana de Trabalhadores, entidade sindical, o Provea, organização ligada à Plataforma Interamericana de Direitos Humanos, o capítulo venezuelano do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (Clacso), entre outros, manterá a sua autonomia.
Conselho Internacional
As decisões finais sobre o encaminhamento do FSM 2006 serão tomadas na próxima reunião do Conselho Internacional, corpo deliberativo do processo Fórum, que acontecerá em Barcelona, Espanha, nos dias 20 a 22 de junho.
Nesta oportunidade, se debaterá, além das candidaturas das demais sedes e os critérios da consulta ampla que definirá os eixos e temáticas de discussão de todos os eventos do FSM 2006, as formas de interação dos diversos encontros em termos de delegações, mecanismos de comunicação e troca de conteúdo.
Também nesta reunião os organizadores da quarta edição do Fórum Social Europeu, previsto para ocorrer em julho de 2006, na Grécia, deverão definir se abrirão mão do evento para realizar um quarto encontro do FSM 2006 policêntrico na Europa.
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