A candidatura de Samir Geagea na eleição presidencial libanesa, anunciada sexta-feira, 4 de abril, foi considerada há três anos. Foi uma decisão muito séria, apoiada pelo antigo primeiro-ministro Saad Hariri e pelo diplomata americano Jeffrey Feltman, tendo em vista a destruição do Estado sírio. O entusiasmo do Sr. Hariri por esse plano tinha atingido o seu pico quando ele disse que voltaria a Beirute apenas pelo aeroporto de Damasco.
– Primeiro: Essa aposta baseou-se na queda da Síria, na destruição de seu estado e de seu exército, e na sua integração ao campo ocidental, o que estabeleceria novas equações regionais. O plano de Feltman era para dobrar a Resistência Libanesa: dentro do Líbano, com uma guerra lançada pelas milícias do Movimento Futuro e das Forças Libanesas, apoiadas por grupos terroristas que estavam trabalhando na Síria e que manifestaram a intenção de entrar no Líbano para combater o Hezbollah bem antes do envolvimento deste partido na luta na Síria; e através da fronteira sul do Líbano, com uma invasão israelense, que permitiria a Israel vingar sua derrota em julho-agosto de 2006, que destruiu os sonhos de Tel. Avi, do Ocidente, e de todos os seus aliados libaneses e árabes, que jogaram todas as suas forças para destruir a Resistência Libanesa.
É neste contexto que Saad Hariri anunciou seu apoio à candidatura de Samir Geagea à Presidência, apostando na queda rápida do Estado sírio.
– Segundo: A guerra contra a Síria está em um impasse. A aliança de Estados Unidos, Israel, Ocidente, Turquia e aliados árabes procura, nesta fase, limitar o dano para atenuar as consequências da derrota. Com a mudança do equilíbrio de poder no terreno na Síria em favor do eixo da resistência, os americanos não escondem os fatos. O plano Feltman tornou-se uma quimera.
Os desenvolvimentos no campo de batalha mostram mais claramente que a aposta para destruir a resistência é uma ilusão. O Estado sírio e suas forças armadas registram vitórias sucessivas, e é ele quem detém a iniciativa militar e política, embora homens, dinheiro e armas continuem a fluir para grupos terroristas.
Mudanças no terreno sírio beneficiarão naturalmente a resistência libanesa e seus aliados. Isto significa que os líderes libaneses, incluindo cristãos, que apoiaram a resistência e torceram pela força do Estado sírio. beneficiar-se-ão politicamente das novas realidades. Portanto, Samir Geagea, autor do slogan "Deixe a Irmandade Muçulmana prevalecer", mais uma vez perderá todos os seus lances. O líder das Forças Libanesas sabe que as chances de sua eleição para a Presidência da República do Líbano são quase zero.
– Terceiro: A candidatura de Samir Geagea surge no último quartel do conflito sírio, em uma época quando Saad Hariri foi forçado a recuar e retirar sua cobertura política aos grupos terroristas – grupos Takfiristas que ele incubou por três anos em Tripoli, Ersal e em outros lugares no Líbano, atendendo solicitação expressa dos americanos.
O objetivo principal de Samir Geagea é bloquear o caminho para a eleição para a presidência do General Michel Aoun. Sua candidatura iria servir para neutralizar o Líder do Movimento Patriótico Livre e favorecer a eleição de uma personalidade de "consenso", cuja tarefa principal seria a de gerenciar a situação atual, sem ser capaz de propor soluções radicais para a crise no Líbano.
Nas atuais circunstâncias, tudo evidencia que o vazio na Presidência, por um período relativamente longo, continua a ser o cenário mais provável. A única solução é a adoção de uma nova lei eleitoral, com base na representação proporcional, que permitiria a eleição de um Parlamento verdadeiramente representativo, o qual elegeria um novo Presidente capaz de encarnar as aspirações das gerações futuras.
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