A 22 de Janeiro uma fuga informativa caiu na Internet. O servidor da empresa Britam, trabalhando sob contrato para o ministério Britânico da Defesa foi “hackeado”e megas ficheiros classificados da firma foram tornados públicos. Agora o caso adquiriu a escala de um “Britamgate” devido à sua publicação no Prison Planet. Qual é a história por detrás da fuga informativa? Porque é que este escândalo pode dar a volta à situação na Síria?
Tratemos de resumir os ficheiros. O achado principal é um correio - electrónico (mail) datado de 24 de Dezembro de 2012, enviado pelo Director de Departamento de Promoção de Negócios de Defesa da empresa Britam David Goulding ao dinâmico Director da firma Phillip Doughty, um antigo oficial da SAS ( sigla em Inglês para um ramo das forças especiais do exército inglês - NdT) :
Phil
Temos uma nova proposta. É outra vez a propósito da Síria. Os Cataris propõem um acordo muito interessante e juram que a ideia é aprovada por Washington.Nós teríamos que fornecer uma CW em Homs, uma munição-g de tipo Soviético com origem na Líbia similar às que o Assad deverá ter.
Eles querem que nós desloquemos o nosso pessoal Ucraniano que deverá falar em Russo e fazer uma gravação de vídeo.
Sinceramente, penso que não é grande ideia mas as somas propostas são enormes. Qual é a tua opinião?
Saudações cordiais
David
Para clarificar as coisas, CW é a abreviatura standard de Chemical Weapons (Armas Químicas em inglês - NdT); ‘g-shell’ é uma bomba que consiste num projétil explosivo com uma cabeça cheia de gás venenoso.
Tomando em consideração o memorável aviso de Barack Obama que o ‘uso ou mesmo o translado de armas químicas pelo regime de Assad representaria uma “linha vermelha” que precipitaria uma intervenção militar’, uma mensagem que ele reiterou no último mês após a eleição para o segundo mandato, a orquestrada operação,se consumada, teria providenciado um pretexto ideal para uma intervenção estrangeira na Síria. Israel propalou os mesmos avisos na última semana..
Quem perpretaria a gravação vídeo do ataque com Armas Químicas em Homs? O texto do mail indica de forma clara que iriam usar pessoal Ucraniano da Britam para forjar os vídeos. Visualizando para baixo no ecrã um dos ficheiros hackeados encontramos dados pessoais de 58 cidadãos Ucranianos trabalhando para a firma Britam Defence Ltd no Iraque. Vários empregados podiam não estar listados já que a pasta /Iraq/People/ continha as fotocópias de passaportes de vários outros Ucranianos. Havia também alguns Sérvios/Croatas e Georgianos na listagem que poderiam ser ainda filmados como ‘Russos’..
Desde o final de Dezembro de 2012 fontes Ocidentais, Israelitas e do Golfo tem desenvolvido ‘rumores’ acerca de ‘ tropas Russas lutando por Assad’’ e ‘‘ forças Russas tomando armas C&B Sírias sob controlo’’. O jornal do Koweit Al-Seyassah publicou recentemente um par de ‘relatórios de inteligência Ocidentais’ afirmando que ‘Assad tinha já transferido armas químicas para os terroristas’. Em 15 de Janeiro o jornal US Foreign Policy tornou público um ‘telegrama secreto do Departamento de Estado’- ( dos E.U. -NdT) concluindo que ‘os militares Sírios muito provavelmente usaram armas químicas contra o seu próprio povo num ataque mortífero no último mês’.
É quase certo estar a opinião pública a ser preparada para ‘espetaculares vídeos’ mostrando “soldados” uniformizados-à-Russa ou falando-Russo alegadamente cometendo atrocidades contra civis nas cidades Sírias ou lá espalhando gases venenosos.
Neste contexto não deveremos esquecer os relatos circulando desde o ano passado que os combatentes rebeldes na Síria tinham sido equipados com máscaras de gás e estavam decididos a encenar um ataque por armas químicas que depois seria assacado ao regime de Assad para olear as esferas de uma intervenção militar da OTAN.
As informações cerca do recrutamento pelos serviços especiais Ocidentais e do Médio-Oriente de militantes com características eslavas para teatralizar o papel de ‘mercenários’ Russos alegadamente capturados pelos combatentes da oposição Síria foram divulgados pelos media Russos no meio do mês de Janeiro. Eles citaram uma fonte bem informada como tendo dito que ‘actores’ estavam a ser selecionados na Rússia, Bielorrúsia e Ucrânia. Todos deviam saber manejar armas e ser capazes de operar sistemas anti-aéreos. De acordo com o guião ( para o vídeo - NdT), eles deveriam admitir em frente às cameras que tinham sido recrutados pelos serviços secretos da Rússia com o propósito de apoiar o exército de Bashar Assad. Também, deveriam testemunhar que tinham sido desembarcados na Síria por barcos de guerra da Rússia.
De acordo com esta fonte, tudo isto seria filmado na Turquia ou Jordânia, onde falsos cenários de cidades Sírias em ruínas tinham já sido construídos numa montagem em larga escala. O mesmo tipo de cenários foram alegadamente usados no Catar durante a guerra de desinformação conduzida contra a Líbia em 2011.
Resumindo estes dados, podemos concluir que a provocação na Síria é a única opção que resta aos fabricantes de guerras . Tendo uma informação precisa sobre a real situação na Síria e estando cientes da incapacidade do corrupto grupo rebelde conseguir qualquer mudança significativa em Damasco, nada mais podem fazer do que contratar uma companhia Britânica PSC de 2a classe para outro round de manobras sujas. Não temos qualquer dúvida que as numerosas‘ revelações’ de trágicas atrocidades cometidas pelas “ forças pró-Assad “ repetidamente colocadas no YouTube nos dois últimos anos, foram também ‘encomendadas’ pelo enorme pagamento aos antigos ‘boinas especiais’ Britânicos. A última fuga noticiosa para a Internet merece uma investigação aprofundada e atenção ao nível mais elevado da política internacional. Está na altura ideal para BRITAMGATE ser devidamente emuldorado.
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