Ontem, os Estados Unidos perderam a guerra da propaganda na Ucrânia. O Presidente Obama fez uma declaração relutante e sem sentido que oWashington Post intitulou "Haverá Custos".
Ele pronunciou frases padrão como "o povo ucraniano merece a oportunidade de determinar seu próprio futuro", propôs que a Rússia faça "parte do esforço da comunidade internacional para apoiar a estabilidade" e o sucesso de uma Ucrânia unida, lamentou sobre a suposta "violação da soberania e integridade territorial da Ucrânia", e assegurou que "os Estados Unidos apoiam os esforços do novo governo e defendem a soberania, integridade territorial e o futuro democrático da Ucrânia".
Parece que a administração dos Estados Unidos não estava mentalmente preparada para o desenvolvimento da crise ucraniana. As ações sincronizadas das novas autoridades da Criméia e a conferência de imprensa do Presidente expulso Victor Yanukovych em Rostov do Don deram inegável vantagem judicial para o lado oposto na Ucrânia, que não está disposto a reconhecer o governo"ilegítimo" eleito pela euro-máfia desordeira em Kiev há três dias. Os Estados Unidos não têm ferramentas tangíveis para desestabilizar a Crimeia, controlada de fato pelas forças de resistência anti-rebeldes ucranianas, enquanto o estatuto judicial de Victor Yanukovych (seja lá o que pensemos dele como pessoa e figura política) é incontestável.
Desde o início da crise na Ucrânia, ficou claro que o objetivo dos EUA não era impor um governo pró-americano em Kiev, mas fazer da Ucrânia um ponto de atrito para as relações Russo-Europeias. Os acontecimentos sangrentos na Praça da Independência foram organizados para atrair a Rússia ao turbilhão do caos na Ucrânia. Os estrategistas de Washington pensaram que Moscou seria imprudentemente envolvida nos jogos sujos com a Polónia, a Hungria e a Romênia sobre a "federalização da Ucrânia" e as batalhas de rua contra os fascistas em Kiev.
No sábado, o Kremlin inesperadamente quebrou sua hábil pausa política após a tentativa na noite anterior do assalto ao Ministério do Interior da Crimeia, em Simferopol, por unidades especiais não identificadas, enviadas de Kiev. Até aquele momento, a «inércia» russa foi muito mais poderosa do que milhares de ações nervosas em Kiev e declarações de Washington. A jogada russa vai ser ainda mais impressionante.
Entre todas as "partes interessadas" na crise ucraniana, a Rússia é o único poder global que tem demonstrado sua capacidade de agir no âmbito do direito internacional e de tomar decisões responsáveis e soberanas.
Ironicamente, a Criméia de hoje é provavelmente a única região onde a constituição da Ucrânia é ainda estritamente implementada. O referendo sobre a questão da ampla autonomia, a ser realizado em 30 de março de 2014, foi iniciado em plena conformidade com a legislação nacional. A presença militar russa na Criméia também é regulada pelo acordo russo-ucraniano de 1997 sobre a Base da Marinha russa em Sebastopol. O novo governo da Criméia, ao contrário do governo central em Kiev, foi nomeado pelo corpo legislativo local como resultado de um procedimento legal devidamente realizado.
Então, a mensagem de Moscou para o Presidente Obama é simples. Somos os fiadores reais da soberania ucraniana. Protegemos a vida do seu Presidente em exercício, eleito pelo povo da Ucrânia em votação livre e competitiva em 2010, diante da ameaça pessoal direta de "novas autoridades". ilegítimas Nos últimos três meses, ao contrário de você, não estávamos interferindo no processo político interno na Ucrânia, enquanto o seu Secretário de Estado Adjunto estava entregando pães para os "manifestantes pacíficos" em Kiev e falando obscenidades de seus parceiros de diálogo europeus. Seguimos a letra e o espírito do direito internacional, gostemos ou não. E hoje, estamos dando esperança para milhões de ucranianos russos que rejeitam categoricamente as autoridades banderistas em Kiev [o termo ‘bandeirista’ refere-se a Stepan Bandera, líder histórico dos fascistas ucranianos]. Estamos defendendo seu direito de determinar seu futuro. Portanto, você terá que explicar os bilhões de dólares investidos durante anos no projeto quimera da Revolução Laranja na Ucrânia, que na sua segunda encarnação virou Marron. Você será cobrado por meses de incitamento explícito a motins e desobediência civil a autoridades legítimas da Ucrânia, cometidos por seus funcionários e congressistas. E você será responsável pelo reconhecimento do ‘gabinete’ duvidoso de Kiev, não apenas sem qualquer apoio público na Ucrânia, mas também qualquer recurso real para garantir o nível mínimo de vida e estado de direito nesta nação de 45 milhões de pessoas, perdidas em uma "transição" não existente, inventada por seus falidos consultores de política externa. Estes são os custos que você está prestes a pagar na Ucrânia, Presidente Obama.
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