A CIA e o MI6 estão a reorganizar as redes stay behind à NATO na Europa de Leste. Se depois da Segunda Guerra Mundial, se paoiaram nos antigos nazis para combater os soviéticos, continuam a apoiar os grupos neonazis contra os russos. Não há nenhuma razão óbvia para isto. Os nazis eram abundantes na década de 1940, são muito poucos hoje em dia e ainda existem apenas devido à ajuda anglo-saxónica.
O telefonema entre o Presidente Biden e o Presidente ucraniano Zelensky "não correu bem", titula a CNN: enquanto "Biden avisou que uma invasão russa é praticamente certa em Fevereiro, quando o solo congelado torna possível a passagem de tanques", Zelensky "pediu a Biden que baixasse o tom, argumen-tando que a ameaça russa ainda é ambígua". Enquanto o próprio Presidente ucraniano as-sume uma posição mais cautelosa, as forças armadas ucranianas estão a reunir-se em massa no Donbass, perto da zona habitada pe-la população russa, à volta de Donetsk e Lu-gansk. De acordo com relatórios da Missão Especial de Monitorização da OSCE na Ucrânia, obscurecidos pela nossa comunicação social dominante que apenas fala do destacamento russo, estão aqui estacionadas unidades do Exército e da Guarda Nacional ucraniana, num total de cerca de 150.000 homens. Estão ar-mados e treinados e assim, efectivamente comandados, por conselheiros e instrutores militares USA-NATO.
De 1991 a 2014, de acordo com o Serviço de Investigação do Congresso, os Estados Unidos forneceram à Ucrânia 4 biliões de dólares em assistência militar, aos quais se juntaram mais de 2,5 biliões de dólares após 2014, mais um bilião de dólares fornecidos pelo Fundo Fidu-ciário NATO, no qual a Itália também participa. Isto é apenas uma parte dos investimentos militares feitos pelas principais potências da NATO na Ucrânia. A Grã-Bretanha, por exemplo, concluiu vários acordos militares com Kiev, in-vestindo, entre outras coisas, 1,7 biliões de li-bras no reforço das capacidades navais da Ucrânia: este programa prevê o armamento de navios ucranianos com mísseis britânicos, a produção conjunta de 8 lançadores de mísseis rápidos, a construção de bases navais no Mar Negro e também no Mar de Azov entre a Ucrâ-nia, a Crimeia e a Rússia. Neste contexto, as despesas militares ucranianas, que equivaliam a 3% do PIB em 2014, aumentaram para 6% em 2022, correspondendo a mais de 11 biliões de dólares.
Para além dos investimentos militares USA-NATO na Ucrânia, adiciona-se também um pla-no de 10 biliões de dólares a ser implementa-do por Erik Prince, fundador da empresa militar privada norte-americana Blackwater, agora re-baptizada Academy, que forneceu mercenários à CIA, ao Pentágono e ao Departamento de Estado para operações secretas (incluindo tor-tura e assassinatos), ganhando biliões de dóla-res. O plano de Erik Prince, revelado por uma investigação da revista Time [1], é criar um exérci-to privado na Ucrânia através de uma parceria entre a empresa Lancaster 6, através da qual Prince forneceu mercenários ao Médio Oriente e a África, e o principal gabinete de serviços secretos ucraniano controlado pela CIA. Não se sabe, evidentemente, quais seriam as tarefas do exército privado criado na Ucrânia pelo fun-dador da Blackwater, certamente com o finan-ciamento da CIA. No entanto, é de prever que realize operações secretas na Europa, na Rús-sia e noutras regiões, a partir da sua base na Ucrânia.
Neste contexto, é particularmente alarmante a denuncia, efectuada pelo Ministro da Defesa russo, Shoigu que, na região de Donetsk, exi-stem "empresas militares privadas americanas a preparar uma provocação utilizando produtos químicos desconhecidos". Esta poderia ser a faísca que desencadeia a detonação de uma guerra no coração da Europa: um ataque químico contra civis ucranianos no Donbass, imediatamente atribuído aos russos em Done-tsk e Lugansk, que seriam atacados pelas forças ucranianas preponderantes já destaca-das na região, para forçar a Rússia a intervir mi-litarmente em sua defesa. Na linha da frente, pronto para abater os russos no Donbass, está o batalhão Azov, promovido a regimento de forças especiais, treinado e armado pelos EUA e pela NATO, que se distinguiu pela sua feroci-dade nos ataques contra as populações russas da Ucrânia. O Batalhão Azov, que recruta neo-nazis de toda a Europa sob a sua bandeira co-piada pela bandeira dos SS Das Reich, é co-mandado pelo seu fundador Andrey Biletsky, promovido a coronel [2]. Não é apenas uma uni-dade militar, mas um movimento ideológico e político, do qual Biletsky é o líder carismático, especialmente para a organização juvenil, que está a ser educada no ódio contra os russos com o seu livro ’As palavras do Führer Branco’.
[1] « Exclusive : Documents Reveal Erik Prince’s $10 Billion Plan to Make Weapons and Create a Private Army in Ukraine », Simon Shuster, Time, July 7, 2021.
[2] “Na Ucrânia, viveiro NATO de neonazis”, Manlio Dinucci, Tradução Maria Luísa de Vasconcellos, Il Manifesto (Itália) , Rede Voltaire, 26 de Julho de 2019.
Permaneçam em Contacto
Sigam-nos nas Redes Sociais
Subscribe to weekly newsletter